Sem muitas definições, ainda não entendia tamanha futilidade e quanto patético o seu semelhante insistia em ser, usando e construindo, balas e novos canhões. Pescava sem arpões as idéias em sua mente, esperto, se destacava por quase nunca ser repelente na arte de fazer.
Os interesses do homem também o interessavam, caminhava, perplexo a tudo aquilo que era exposto, e o novo que a ele chegava, claro, a novidade o assustava. Lágrimas derramava, ao perceber que não era mais um menino, aquele doce garoto, que a todos alegrava, por sua espontaneidade, sua família era motivo de muitos encontros e desencontros, felicidade.
Aquele jovem figura, ainda passaria por algumas provações, talvez para provar toda sua estrutura, e mostrou sua armadura, resistiu, mais quase nenhuma dor é superada sem alguma fratura. Percebeu que a vida não era brincadeira de criança, de menino, a vida era dura.
Despertou nele o desejo da verdade, de talvez entender a teoria da relatividade, de saber como vivia seu povo naquela pequena cidade, mais algo mais complexo que ele podia imaginar, estava desde sempre a lhe atormentar, sim, a ansiedade. Tudo aquilo era de uma extrema complexidade, e pensava em andar, mais aquilo roubava do menino toda sua libertinagem. Se tornou então mais selvagem, buscando coragem, de enfrentar a luta, torcendo pra não haver maldade, buscando a eterna viagem da batalha dentro de si.
E aquele jovem insistia ele mesmo não compreender, era como o Peter Pan, não admitia crescer, talvez por um medo universal, não do mal, mais sim de morrer. Viu que era inevitável, mesmo que imutável sua opinião foi rever, com toda essa mudança constante, obvia metamorfose ambulante, viu que era incessável então pra não morrer, preferiu crescer.
Desde já como sempre, ansioso, parecia um adulto amistoso, que de sua amada, recebia sempre um carinho gostoso, viu a vida como nunca, mudou sua maneira de pensar, já fazia tempo que havia se esquecido o gosto de chorar. O parecer não pode mudar, parecia que sua vida estava completa, mais nem conta daria, que sua amada partiria. A bela garota da sua vida, sofria, a causa, a maldita leucemia.
Era muito esperto, quando garoto queria uma vida grande, mais por ela tornou-se pequeno e simples, para se engrandecer na arte que dificilmente quando menino experimentou, a força da única garota que ele realmente amou. Depois da partida, se excluía de tudo, inclusive da vida, achou que também estava na hora de sua ida, desanimado sem saída, buscava na morte, curar toda aquela ferida.
Tempo passou, o quase velhote do mundo se isolou, se anestesiou daquilo que podia lhe causar morte, queria sorte, mais buscava somente aquilo que era negativo. Não sabia qual era a verdade nem qual força era do outro, qual era sua, e quase nunca ao atravessar, olhava os dois lados da rua. Chorava por dentro de si, a vontade de em algum lugar conhecer, mais faltava iniciativa, daquele menino que um dia ele gostou tanto de ser.
Moleque da vida, começou a encontrar saída, por ver que a luz do final do túnel ele que deveria ser. Andou, vários lugares, surpreender, era o que mais fazia, suas poucas amizades, e agora por quase tudo sorria.
Com a idade avançada, garganta sempre ressecada, sentava na sacada, pra refrescar daquele calor que infinitamente lhe trazia a imagem novamente de sua amada. Percebeu que ali o menino morreu, e esse era o destino seu, em sua maneira conseguiu feliz ser, não podia andar como antes, mais pôde compreender, transparecer, sofrer, sem sofrer, a morte havia chegado, ele feliz sorriu, a desfalecer.
VALIN, Gustavo, canhoto mais que pretende fazer direito.