quarta-feira, 30 de abril de 2014

O Desengano do Cândido



E já não são as leis do fantástico que prevalecem.
Como agir? 
Fugir?  Quem dera fosse possível. 
Agora são olhos abertos e mentes em sã consciência
Já não há tempo, não há paciência
Não há... 
a frase tônica da fase. 

O país de maravilhas um devaneio
A singeleza se torna malevolência
Não há mais nexo  no que era solene
O mundo não é o mesmo, 
Ou melhor,a mente e o olhar não são os mesmos.
Vida. Metamorfose. 

Peço somente que fique o amor.
Que este  transforme esse desditoso mundo. 
Que faça a vida valer a pena, que faça sermos mais fortes. 
Que os afáveis sonhos de infantes retornem 
E, mesmo não sendo Super, que sejamos heróis, de nós mesmos. 




MENDES, Alice. Estudante, amante e suposta feliz.



terça-feira, 29 de abril de 2014

Prece Ao Senhor



Queira Deus que eu não me arrependa das preces que irei fazer
Queira Deus que mesmo tolices, sejam clamores certos
Queira Deus que o mundo conserte, que ele se acerte
e que seja perfeita sua efetuação.

Queira Deus que os seres sejam o que dizem 
Queira Deus que o amor se torne recíproco à todos
Queira Deus que as verdades sejam ditas
Queira Deus que o mundo se divirta
Queira Deus...
Belos lugares, olhares felizes, pessoas amáveis, sonhos consumados, caráter valorizado...
Queira Deus não seja mentira.

...Que tudo seja como queremos pavonear.







MENDES, Alice. Estudante, amante e suposta feliz.




quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Ansiedade


    Sem muitas definições, ainda não entendia tamanha futilidade e quanto patético o seu semelhante insistia em ser, usando e construindo, balas e novos canhões. Pescava sem arpões as idéias em sua mente, esperto, se destacava por quase nunca ser repelente na arte de fazer.
    Os interesses do homem também o interessavam, caminhava, perplexo a tudo aquilo que era exposto, e o novo que a ele chegava, claro, a novidade o assustava. Lágrimas derramava, ao perceber que não era mais um menino, aquele doce garoto, que a todos alegrava, por sua espontaneidade, sua família era motivo de muitos encontros e desencontros, felicidade.
     Aquele jovem figura, ainda passaria por algumas provações, talvez para provar toda sua estrutura, e mostrou sua armadura, resistiu, mais quase nenhuma dor é superada sem alguma fratura. Percebeu que a vida não era brincadeira de criança, de menino, a vida era dura. 
    Despertou nele o desejo da verdade, de talvez entender a teoria da relatividade, de saber como vivia seu povo naquela pequena cidade, mais algo mais complexo que ele podia imaginar, estava desde sempre a lhe atormentar, sim, a ansiedade. Tudo aquilo era de uma extrema complexidade, e pensava em andar, mais aquilo roubava do menino toda sua libertinagem. Se tornou então mais selvagem, buscando coragem, de enfrentar a luta, torcendo pra não haver maldade, buscando a eterna viagem da batalha dentro de si.
     E aquele jovem insistia ele mesmo não compreender, era como o Peter Pan, não admitia crescer, talvez por um medo universal, não do mal, mais sim de morrer. Viu que era inevitável, mesmo que imutável sua opinião foi rever, com toda essa mudança constante, obvia metamorfose ambulante, viu que era incessável então pra não morrer, preferiu crescer.
     Desde já como sempre, ansioso, parecia um adulto amistoso, que de sua amada, recebia sempre um carinho gostoso, viu a vida como nunca,  mudou sua maneira de pensar, já fazia tempo que havia se esquecido o gosto de chorar. O parecer não pode mudar, parecia que sua vida estava completa, mais nem conta daria, que sua amada partiria.  A bela garota da sua vida, sofria, a causa, a maldita leucemia. 
    Era muito esperto, quando garoto queria uma vida grande, mais por ela tornou-se pequeno e simples, para se engrandecer na arte que dificilmente quando menino experimentou, a força da única garota que ele realmente amou.  Depois da partida, se excluía de tudo, inclusive da vida,  achou que também estava na hora de sua ida, desanimado sem saída, buscava na morte, curar toda aquela ferida.
    Tempo passou, o quase velhote do mundo se isolou, se anestesiou daquilo que podia lhe causar morte, queria sorte, mais buscava somente aquilo que era negativo. Não sabia qual era a verdade nem qual força era do outro, qual era sua, e quase nunca ao atravessar, olhava os dois lados da rua. Chorava por dentro de si, a vontade de em algum lugar conhecer, mais faltava iniciativa, daquele menino que um dia ele gostou tanto de ser. 
    Moleque da vida, começou a encontrar saída, por ver que a luz do final do túnel ele que deveria ser. Andou, vários lugares, surpreender, era o que mais fazia, suas poucas amizades, e agora por quase tudo sorria. 
   Com a idade avançada, garganta sempre ressecada, sentava na sacada, pra refrescar daquele calor que infinitamente lhe trazia a imagem novamente de sua amada. Percebeu que ali o menino morreu, e esse era o destino seu, em sua maneira conseguiu feliz ser, não podia andar como antes, mais pôde compreender, transparecer, sofrer, sem sofrer, a morte havia chegado, ele feliz sorriu, a desfalecer.

















VALIN,  Gustavo,  canhoto mais que pretende fazer direito.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Mestre Da Súplica






Caríssimos,

   Venho compartilhar meu sofrimento perante a situação que se encontra o nosso país. Não quero me posicionar na política, não quero falar de hospitais e transportes. Venho relatar a situação daquele que realmente precisamos, aquele que transforma um leigo em grande sábio. O Professor. 
  
   Ele simplesmente não existe mais e futuramente  não será no sentido figurado. As pessoas, melhor dizendo , os jovens,  não se interessam em ser professores, eles querem ser renomados. Dr. fulano Silva, Dr Ciclano Paiva, oh , Tolices!  Sem a pessoa que vocês esnobam, vocês nunca alcançaram  o tão desejado "Status", como hoje dizem. Pensem em como é bom ter na frente de seu nome a abreviação Prof.             
   
   Em minha época , os tão honrados mestres , eram segundos pais para os alunos. Se o professor reclamava do comportamento do estudante na sala de aula, o pai tirava satisfação com seu filho e por pouco ainda não levava grandes surras.  hoje? Ah, Hahaha, uma prostituta tem mais prestígio que um professor. São ofensas, tapas , murros... E ai do instrutor que reclamar do aluno!  Pode correr um grande risco de apanhar dos pais da peste satânica. 

   E ainda me vem um governo chulo e tosco , perguntar a razão do péssimo ensino no Brasil. Ora, será que não veem? Está tão visível! Ah, me esqueci, que professor e nada pra vocês tem o mesmo conceito. Altos salários? Sim, claro ajudaria muito. Atrairia as pessoas pra lecionar, aumentaria o "Status"  e ele, o  tornaria grande novamente. Mas antes de tudo, deve-se mudar o pensamento dos monstros podres que o governo criou. Com essas  Leis que proíbem as atitudes devidas com esses encapetados, o governo mimou esses crianças, não se pode mais dizer um "ai" com elas , que o governo protege e expulsa aquele que sempre (na maioria das vezes)  está certo. O professor. 
  
   Meus queridos,  O brasileiro é mestre de aproveitar das situações e isso vem de berço. Não  é porque são crianças que vão deixar de mamar como os outros. E assim o fizeram. Estão fazendo os professores tomarem do veneno que o governo criou. Leis, leis leis... De que servem? Para atrapalhar? Sim, sim, sim...

   O governo criou as leis para complicar  os próprios planos e o próprio desenvolvimento. Por isso suplico aos poucos que restam e aos poucos que interessam: façam com dedicação. 90% do que aprendemos é adquirido na hora que ensinamos. Contagiem os seus alunos a serem tão bons quanto vocês e nunca deixem esses demônios saberem que existem leis. 

Agradeço  pela atenção, 


Prof. Orgulho Franco.




MENDES, Alice
Estudante, amante
e suposta feliz.


domingo, 12 de janeiro de 2014

O Tempo






     Era um domingo de sol, resolvera ficar em casa verificando as coisas que poderiam ser descartadas.      Começou por um armário já recostado em seu quarto. O abriu. Sentiu o cheiro de pó,mofo e resguardo que vinha de dentro,ah, aquele odor a anestesiava. O móvel estava praticamente vazio , exceto por uma pequena caixa de madeira que definhava devido ao tempo. Pegou o objeto e sentou-se  para avaliá-lo melhor.
    Foi como entrar em um poço de lembranças. Da caixa se revelou  retratos de netos, filhos, de sua vida, bilhetes e cartões de "Feliz Dia Das mães", desenhos das crianças, o umbigo de um dos  sete filhos, dentes de lente,  álbum do bebê...
  - É-  Pensou - Estou muito velha.
    E no fundo de tantas recordações  se escondia uma carta. Era uma carta de amor, de seu grande amor, que se foi e prometera retorno, mas nunca mais voltou.Leu cuidadosamente cada  detalhe da carta,com esperança de haver nas entrelinhas  a resposta pelo seu sumiço. Seus olhos marejavam .  Cada vez que avançava na leitura ,seus batimentos cardíacos aceleravam. Sua mente entrara em conflito. E se? E se ele tivesse ficado? E se ele tivesse me amado? Se? Se...
   Sua mente se calou. Seus olhos pararam de chorar. A carta , assim como as folhas de outono, caiu vagarosamente no chão. Já não havia mais tempo de pensar em Se, já não era mais tempo de pensar em nada. Seu corpo sucumbira assim como suas lembranças.


MENDES, Alice
Estudante, amante
e suposta feliz

Já se faz

     





   
     Era mais uma daquelas noites terríveis que o protagonista noturno dava mais um ataque de estrelismo. Tentava não pensar em nada ,mas era impossível. Contas , trabalho, crianças, esposa, sexo, luxúria, preguiça, menos o sono.
    Seu quarto estava um mormaço e nem mesmo o ventilador conseguiu conter o calor.
    -É triste ser pobre-  Reclamou para si mesmo.
      Levantou e se dirigiu até a sacada. De lá, era possível ver toda a cidade e seu deslumbre, via-se os caminhos que davam em outros rumos, era perceptível o encaixe perfeito da civilização com a natureza. "Linda vista" pensara. Nunca havia reparado de como tudo  aquilo era lindo , talvez não tivesse cabeça, talvez não tivesse tempo. Tempo
     Olhou mais uma vez aquela paisagem . Se aprontou, fez suas malas e foi-se embora, rumo ao mundo.
De explicação à família deixara somente um bilhete com os dizeres: Não há mais tempo.













MENDES, Alice
Estudante, amante
e Suposta feliz.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Mudança



Tudo muda, sem que possamos controlar. Quando abri os olhos tudo estava fora de lugar. De malas prontas, e caixas que levam junto memórias que o tempo um dia poderá apagar. Um segundo faz tanta diferença, mas você nunca perceberá isso se não estiver impaciente, ansioso. Mudanças são inevitáveis, mais nem sempre bem vindas. Porque mudar é incerto, é confuso. Todos sempre dizemos que gostamos do novo mais nunca aceitamos ele de primeira. Hoje estou de mudança, e estou triste e feliz ao mesmo tempo, ainda não dei boas vindas pra ela, porque vou simplismente vive-lá. Abri as malas e coloquei a sorte para levar comigo na viagem. Estou de mudança, e vou deixar o tempo dizer que mudança será.